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sexta-feira, 16 de junho de 2017

"Assalto e bateria" - conto


 Estava eu em casa a trabalhar na reprogramação do meu adn a fim de me transformar num super-herói, quando alguém tocou á campaínha. Eras duas jovens que me perguntaram se  dispunha de alguns minutos para falar sobre "death-metal". Disse que não, que não era o momento ideal. Elas insistiram. Recorrendo da generosa borrachália que possuíam, as quais estes olhos que um dia o crematório há-de arder não conseguiam parar de sondar, tentaram seduzir-me. E a verdade é que foram bem sucedidas. Já mal conseguia resistir a aplicar-lhes um valente mosh erótico!
 Expliquei-lhes que para além do momento não ser o ideal (visto estar prestes a fazer história), eu nem sequer gostava daquele género musical, nunca gostei, nem nos saudosos tempos das rádios pirata, em que cheguei a ganhar cassetes...enfim, nada tinha a ver eu com essa religião. Disse-lhes que o único tipo de música que ouvia era a clássica, mas só quando estava bem disposto, ou seja, quase nunca. Elas riram-se.
 Ás tantas, já uma delas mostrava-me a tatuagem que tinha no ombro enquanto a outra já me segurava a mãozinha e segredava-me coisas bonitas sobre o apocalipse, e eu já não aguentei mais...Comecei a puxá-las para dentro de casa e aí é que foi o caraças!
 Mudaram imediatamente de atitude, e aplicaram-me um golpe nas partes fundamentais, o que me causou uma agonizante dor extrema e me deixou numa posição submissa que elas logo aproveitaram para desferir uns valentes carolos na tola. Fiquei prostrado no chão, e elas abandonaram o local ás gargalhadas.
 Após recuperar daquele assalto e bateria, fechei a porta e reflecti um pouco sobre o que acabara de me acontecer. Resolvi cagar pó assunto, fui buscar uma cerveja e acendi um cigarro. Liguei a aparelhagem e escolhi o meu CD preferido de Six Feet Under. Sentei-me no sofá a abanar a carola para cima, para baixo, para cima, para baixo.
 
Fmi

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