Algumas não funcionavam somente com as ovelhas, mas
também com as vacas, só que de outra maneira: faziam-nas rir. A vaca que
ri, daquela porcaria de queijo francês que dá na TV, veio lá da minha
terra.
Quando vinham os imigrantes, nas férias do Verão (na
aldeia não celebrávamos o natal, os mais antigos eram espertos e tinham
queimado a igreja e morto o padre), guardávamos as gaitas todas para que
eles não as tocassem. Não tivessem imigrado. Eles diziam que iam fazer
queixa á guarda, mas nós riamos e dizíamos-lhes que Castelo Branco
ficava mais perto, ah,ah,ah!
Certa vez, um artista de
gravatinha queria levar o pessoal ao Japão, para fazermos um concerto
com as gaitas, as ovelhas e tudo. Mandámos o gajo ás merdas, pois as
gaitas nunca saíam do cemitério e só as tocávamos para nós. Quando as
vindimas não corriam bem e o vinho não saía lá muito bom, nem sequer as
tocávamos!
Não irei revelar o nome da minha aldeia, por
razões óbvias, mas se alguma vez forem pó interior do país e ouvirem
ovelhas a cagarem-se e vacas a rir, ao som de umas gaitadas, ficam a saber
que para esses lados fica a minha terra!
FMI

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